domingo, 31 de maio de 2009

Confusão

São tantas as estradas a seguir que me perco em suas curvas e entroncamentos...
Ora ensolarada, ora cheia de neblina que me engole e cega diante de fatos tão visiveis, quase palpáveis.
Quem sabe ali, na próxima curva, estejam as tantas respostas que busco.
Hoje é dia de confusão de pensamentos, muitos que nem são meus, mas que me entontecem e fazem com que eu busque respostas para perguntas que não formulei. Mesmo assim sei, conheço as respostas, apenas prefiro ignorá-las, mas apenas por enquanto. Daqui a pouco terei que dizê-las em voz alta e, a partir de então, essa estrada seguirá por um destino certo e claro, mesmo que tortuoso e cheio de desníveis...
Lucia, confusa diante de verdades inconvenientes

domingo, 24 de maio de 2009

Por um lindésimo de segundo...


Tudo em mim
anda a mil
tudo assim
tudo por um fio
tudo feito
tudo estivesse no cio
tudo pisando macio
tudo psiu

tudo em minha volta
anda às tontas
como se as coisas
fossem todas
afinal de contas

Paulo Leminski

As vezes, é melhor deixar que alguém defina como nos sentimos. É o que faço hoje.

sábado, 23 de maio de 2009

CONFLITO


O mundo é tão cheio de gente, que a sensação de pequenez (será que posso usar essa palavra sem causar revoltas?) é inevitável quando paramos pra pensar um pouco mais detidamente sobre nós mesmos. Ao mesmo tempo em que somos o universo completo de uns, nada significamos pra tantos milhões, que passaram ou passarão por esta vida sem nunca imaginar que existimos, sofremos ou comemoramos estas pequenas vitórias cotidianas e que fazem tanta diferença.
Fico imaginando os trilhões de pensamentos que povoam as mentes destas tantas vidas. Ainda bem que são silenciosos, do contrário, quanto barulho e desordem... Os meus, neste momento tão desordenados, em conflito com o coração, acabariam por confundir quem os ouvisse.
Penso que deveríamos ter em sintonia alma e coração, razão e sentimentos, assim não teríamos tantos embates com nós mesmos, buscando resolver aquilo que nos aflige sem que um dos dois se ferisse, mas, em geral, quando acalentamos nosso coração acabamos por receber acusações diretas da nossa razão, nos avisando o quanto somos levianos conosco, aceitando (ou relevando) coisas importantes e vitais.
Queria mais racionalidade, mas não me quero fria, perdendo essa passionalidade que tem me levado a momentos que nenhuma razão poderia. Equilíbrio, deve ser esta a palavra-chave, vai saber... Enquanto não o aprendo, fico neste conflito, em busca de decisões que não serão resultado apenas da minha razão, tampouco da paixão...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Felicidade...


No fundo, ou no raso mesmo, o que queremos é ser felizes.

Quando me refiro a felicidade, que ninguém imagine aqueles contos de fadas, cheios de detalhes perfeitos, onde nem o vento despenteia meus cabelos, ultimamente tão rebeldes. Falo daquela felicidade comum, possível a todos os meros e simples mortais como eu.

Quando penso em felicidade, penso carinhos inesperados; em um sorriso aberto de alguém que se alegra ao me ver; em um pouco menos de aridez por parte das pessoas, ultimamente tão vaidosas e que nos medem com seus próprios esquadros.

A idade vem me deixando sensível (ainda mais) às sutilezas da vida. Venho interrogando o ser humano, em busca de um pouco de compreensão do tamanho dos egos e vaidades. Isso não traz felicidade, nem de conto de fadas nem dessa a que me refiro.

Tenho envelhecido e, por mais que isso possa parecer absurdo, a juventude vem ficando cada vez mais nítida na minha enevoada memória. Aquela ali era eu e, fora a alegria constante, mas superficial, nada invejo daquela que fui.

Aprendi um tanto de coisas, desaprendi outro tanto e o que restou (ou se acumulou) me fez perceber que a felicidade acontece todos os dias, sem grandes convulsões ou luzes multicoloridas.

Plagiando uma mente brilhante (uma pessoa, não o filme), felicidade é a soma de todos os "pequenos nadas" que surgem em nossos dias e que lhes dão cor e brilho. Nada de espetacular, coisas simples, mas que, com o passar dos anos, preenchem nossa memória de recordações e provocam sorrisos cheios de saudade.

No fundo ou no raso, a gente quer é ser feliz. Falta agora saber perceber que ela está bem aqui, à espreita, esperando apenas que tenhamos sensibilidade para notá-la agarradinha a nós o tempo todo, a vida toda...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

AVE CORAÇÃO

Sexta-feira, mais uma que chega e vem tão rápida que fico buscando o que fiz na semana que se passou. Trabalhei, trabalhei e sequer percebi que ainda estou aqui. Hoje não tive o que fazer com minhas horas, me perdi em pensamentos e busquei ocupação. Esqueci-me como é apenas ficar à toa. Agora me decidi, já ao fim do dia, buscar lembranças de tempos bons. Ouvi de alguém que não se lembrava do que fazia aos 15 anos, aí fui buscar minhas lembranças da época.
Recordei dessa música que cantarolava, aliás eu cantarolava o disco todo, mas esta era um tanto a mais. Quem sabe eu ainda esteja à procura da estação em que vivo, mesmo depois de passados quase trinta anos. No fundo, nossos sonhos e desejos permanecem em nossa alma ainda adolescente.
Acho que hoje, especificamente hoje, eu queria muito a companhia de outros braços...

Ave Coração

Fagner

Composição: Clodê & Zeca Bahia


Eu sei que existe por ai uma andorinha solta

Procurando um verão que se perdeu no tempo

Cansou de ser herói do espaço

E quer a companhia de outros pássaros

É que seu coração de ave, não agüenta tanta solidão


Eu sei que eu ando por ai, sou andorinha solta

E nem sei a estação em que estou vivendo

Não quero ser herói de nada

Só quero a companhia de outros braços

É que meu coração de homem, voa alto como um pássaro