domingo, 30 de novembro de 2008

Caio F.

"Ninguém é capaz de compreender um dragão.
Eles jamais revelam o que sentem.
Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar sempre batem a cauda três vezes, como se estivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros?
Hoje, pondero: talvez seja essa a sua maneira desajeitada de dizer, como costumo dizer agora, ao despertar - que seja doce..."

DIA HORRÍVEL

Eu vi uma nesga de céu azul.
Depois de tantos dias, que já nem conta têm mais,
o céu, ou uma pequena visão dele, se mostrou.
Ao final, tudo dá certo.
Ao final, tudo se ajeita.
De uma forma ou de outra, os turbilhões passam e fica a luz do céu azul, mesmo que se passem dias de chuva e cinza.
Afinal, nada é eterno.
Ainda bem.

E apesar do céu azul, o dia está horrível.
Ainda ganho uma varinha de condão e faço horrores com ela.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

MÁRIO QUINTANA


Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que te ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas...

É cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando,

mas quem estava procurando por você!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Expectativas

Já consigo enxergar o fim do ano.
Já imagino as férias, pulando, claro, os diários, correção de provas, trabalhos e toda a burocracia de conselhos de classe. Já quase me vejo lá, seja onde for, desde que lá, onde é verdadeiramente meu lugar, ilha de paz, onde o mundo não costuma ter permissão de entrar.
Ando expectante, mesmo temerosa de que fique apenas nesse campo, sem que as expectativas sejam concretizadas.
Expectativa, expectante. Palavras gostosas de se dizer, possuem sonoridade e remetem sempre a algo delicioso por vir. Expectador é menos, lembra algo à parte, assistindo apenas.
Não me quero expectadora. Anseio ação, fazendo acontecer meus desejos.
Tenho saudade de tanta coisa, de tantas pessoas, mas vou sempre ao encontro somente de uma, esta especial, fonte inesgotável das minhas expectativas e desejos.
Mesmo depois de tantas idas e vindas, sempre vou.
Sempre é o coração quem diz o motivo, eu nunca sei explicar.
Como diz o poeta:
Trago você em mim, espero que você também me tenha assim.
Te espero sincero, aberto, completo, sem fim.
Nem preciso dizer que isso é amor. Quem conhece sabe.

domingo, 9 de novembro de 2008

Você é tudo (Mano Borges)

Você é tudo e muito mais
Tudo e muito mais
O que sou capaz
é muito pouco eu sei
Você faz tudo muito bem,
Não se compara a ninguém
E Então faça de mim
O seu bem-me-quer
Faça de nós tudo o que quiser
Você faz tudo muito bem,
Não se compara a ninguém

Porque anos atrás
Você tocou meu coração
E me amou, mas aprendi
Tudo na vida
Tem seu princípio e fim
E se ainda assim
Você quiser, eu vou estar, onde estiver
A felicidade é uma janela aberta
À espera de alguém
Que esteja a fim.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Divagações...

Coisa séria essa de ficar boba, quase-meio-sincera-e-francamente patética depois de ter (ou achar que) já se viveu mais da metade da vida. Entretanto, feliz (ou infeliz?) mente, ando assim, mente feliz, rindo e fazendo gracinhas da vida, percebendo sutilezas e delicadezas onde antes tudo parecia tão normal.
Tornei-me (mais) calma, sempre sonsa, emocionando-me até com formigas passeando pela cozinha.
Voltei a cometer pecados, sejam capitais ou não.
Voltei a ler poesias, ouvir músicas e, melhor, a receber delicadezas em forma de palavras.
Voltei a pulsar, a esperar, a ter expectativas e olhar novamente o futuro imaginando chegadas (nunca as partidas).
Voltei a imaginar encontros, a vigiar o telefone e consultar o calendário, em busca de feriados que me levem daqui.
Fiquei diferente, fiz-me eu novamente e gosto bem mais de mim assim.
Acho que isso tem nome, tem endereço e telefone.
Acho que isso se chama amor.