Houve um tempo em que eu escrevia sempre. As palavras vinham fáceis e meus dedos voavam pelo teclado, tentando acompanhar a velocidade dos meus pensamentos, que jorravam, fosse em momentos alegres ou de dor.
Perdi o ritmo, a dança, as palavras.
Quando alguém escreve, ainda que ninguém leia, tem a sensação de que compartilha com outros aquilo que lhe aflige ou alegra. Imagina que, em algum lugar, uma pessoa lerá, se identificará e aquilo servirá para que não sinta que sua dor é única, que existe a superação e a vontade de ser feliz retornará ao coração.
Quando alguém escreve, busca, através das palavras, esquecer que alguém lhe feriu, que muitas vezes o mundo é injusto e pessoas não são leais com outras pessoas. Ao invés disso, tenta mostrar que o futuro pode chegar mais rápido que qualquer um possa imaginar e que felicidade nem sempre é tão rara.
Quando alguém escreve, quer descrever o mundo, interior ou exterior, para que aqueles que ainda não o conheceram, ao menos tenham uma vaga idéia do que ainda existe.
Eu não sei mais escrever. Queria, e muito, colocar em palavras o vendaval de sentimentos que me assolam, mas não consigo. Não mais.
Assim, fico esperando que, em algum lugar, alguém escreva aquilo que preciso tanto ler.
Se alguém souber onde estão estes escritos, me avisem.
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