sexta-feira, 31 de outubro de 2008

DUALIDADE


Feito maré, ora me afasto, retraio e penso me guardar estando distante para, em seguida, regressar ocupando espaços, abraçando territórios e preenchendo vazios.
Feito estrada, busco atalhos, percorro distâncias, me perco em desvios na tentativa de liberdade, para, em seguida, perceber-me perdida sem seus sinais.
Feito chuva, ameaço, trago confusão e mudo o céu. Ora caio pesada, sem piedade; ora sou alivio em meio à seca. Dependo do chão que me recebe.
Feito vento, posso ser furacão e desarrumar, desordenar e destruir, mas me posso brisa que alivia dias secos tornando-os suaves e de paz.
Possuo extremos, desfaço-me em contradições e desejos imprecisos. Sou quem dá vida; sou quem a toma. Minha coragem se esvai ao primeiro “ai” que brote de mim; meu viço ressurge ao primeiro “oi” que venha de ti.
Sou força, energia e calor, sendo morte, fraqueza e friagem. Duas que em mim convivem, me desarmando quando se afastas e me tornando guerreira quando seu amor é presente, escudo a me proteger de toda e qualquer ameaça e arma capaz de combater toda e qualquer possibilidade de não ser feliz.

4 comentários:

Adilson disse...

Em sendo maré, vá, mas volte, sempre;
Em sendo estrada, que não tenhas fim;
Em sendo chuva, mansa, trovejando baixinho;
Em sendo vento, sopre sempre para o lado de cá.

Anônimo disse...

Pra você sempre e infinitamente...

Anônimo disse...

feito mulher

Anônimo disse...

muito bonito....se fosse de verdade..mas será que alguém acredita nisso???eu não!!