sábado, 1 de março de 2008

ENTRE AZUIS E LARANJAS, TE VEJO NO CÉU DE MAIO

Imagino que deves estar aí ansioso por esta resposta, mas faltou-me tempo e inspiração pra lhe escrever com o cuidado que mereces. Há tempos não nos falamos, não é? A vida faz com que, por muitas vezes, acabemos nos afastando daqueles a quem queremos tanto bem. Mas me lembro sempre de você, em especial quando a tarde cai e o céu começa a se pincelar de laranja, nestes dias frios que tenho aqui. Se lembra quando íamos de ônibus pra faculdade e adorávamos ficar olhando, naquela curva do Morro da Mangueira, o céu escandalosamente laranja? Você costumava me dizer que sentia-se energizado pela cor e desatava naquele seu riso gostoso; ríamos tanto naqueles tempos... Pois é, agora fica impossível não me lembrar de ti nestas tardes, mas o faço com uma saudade que, longe de doer, me faz sorrir. Todas as vezes que penso em você eu sorrio. Me lembro de você também durante o dia, nestes dias de maio. Engraçada esta ligação que faço entre você e o céu. Novamente é quando olho pra cima que te recordo, quando sentávamos aqui na varanda e olhávamos por horas o azul que só acontece neste mês. Me dizias que era pra você esta cor; presente de aniversário do Criador. Aqui o céu continua lindamente azul, e aí? Ainda sonhas como antes? Fantasiávamos nosso futuro tão cheio de realizações, mesmo sabendo que seria quase impossível realizá-lo daquela forma... Mas era tão bom!!!!! Eu aqui consegui pouco, mas caminhei bastante. E continuo sonhando, sempre... Outro dia ouvi que só sei escrever coisas de amor, que preciso aprender a falar do que não vivi, mas não consigo. Tudo que faço é com o coração. Continuo aquela romântica da qual tantas vezes você riu. Mas sempre desconfiei que você também o fosse, confesse. Continuo, muitas vezes, querendo fazer o tempo voltar; por outras tento analisar o amor, como bichinho de microscópio, mas ultimamente, tenho mesmo é me deixado arrastar por este furacão e nada mais faço que deixar que ele me leve onde achar que devo permanecer. Finalmente sigo um conselho seu... Continuo aqui abrindo meus arquivos de memórias e revivendo tantas coisas boas que já vivi, inclusive contigo. Não foram muitas, mas foram tantas!!!! E, a cada vez que reabro e revivo, rio, choro, deságuo e torno a rir. E sinto sua falta pra recordar e chorar e rir comigo. E me pego aqui olhando o céu, mas agora é noite e as estrelas não me dizem de ti; preciso esperar o dia renascer e com ele as lembranças. Fico esperando então sua resposta, ainda que saiba que nunca receberás a minha, pois onde estás não há correios ou e-mails. Quem sabe o céu azul de amanhã te leve meu recado?

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