Ontem, ao ler um e-mail, descobri que estava possuído, isso mesmo, possuído de vírus. Não é o tipo de vírus que estamos acostumados a receber em forma de anexos em nossas caixinhas eletrônicas; mas vírus vindos das mãos (ou de onde quer que se instalem) que digitaram aquela mensagem.
Quando comecei a ler, percebi que meu amado escrevente havia sido contaminado, pouco a pouco, tão devagar que até eu, sua leitora diária, custei a perceber seu mal crônico, ou seria melhor dizer das crônicas?
Acho que não estou me fazendo clara, mas vou tentar resumir a contaminação de um homem e seu mal crônico.
Hoje eu li uma do Prata e ele dizia fazer crônicas até compilando textos alheios. Isso é o vírus cronista que se apodera de alguns poucos e, depois da virose instalada no organismo (será nos dedos???), nada que se escreva resultará de outra coisa que não sejam crônicas, poesias e afins.
Este vírus muito raro e que a medicina não se interessa em erradicar, vai tomando o individuo afetado e, a cada dia, percebemos maior sua atuação. Vou lhes contar a evolução dele, baseada no que percebi.
A principio escreve-se cartas, e-mails ou bilhetinhos diários; às vezes muitos em um mesmo dia.
A “coisa” vai evoluindo e, pouco tempo depois (hoje fica difícil precisar a medida desse tempo), começa-se a produzir crônicas. Semanais, quinzenais ou quando a alegria ou dor se instalam no paciente contaminado. Esta noite ouvi de um “virótico” que quando está sereno não escreve. Este vírus deve ser “acionado” a cada emoção mais forte. Que coisa, num é?
Pouco tempo depois a pessoa já não é mais dona de si. O vírus cronista já o possui completamente e qualquer caneta ou lápis avistado o impulsiona ao papel e dali as palavras vão se amontoando e formando textos que, ao final, tornam-se belas poesias, crônicas, contos e, quem sabe, num estágio mais avançado, em livro?
O paciente começa a se ver de “fardão” (ainda que sejam aqueles do Othon ou até dos pobres miquinhos dos realejos) e a partir daí a coisa perde o controle. Autodenomina-se ESCRITOR e lembra isso a cada 5 palavras pronunciadas.
Sua produção cresce a ritmo vertiginoso e tudo, TUDO, que passa no seu campo de visão é mote para um escrito. Grama verde, grama seca; amor, não-amor; geladeiras, músicas e até comunicados de advertência. Creio que em pouco tempo a contaminação se apossará de tal forma que panelas, vassouras, latas de lixo e afins serão personagens de seus escritos. Mas devo admitir, o “infectado” faz isso com muita arte.
Por enquanto, acho que fui a única a enxergá-lo (será?), mas pelo desenvolvimento deste bichinho, creio que em breve outros olhos também se deliciarão com o que escreve estes tantos contaminados e, como eu, por muitas vezes chorarão, em outras terão ataques de risos, mas esperarão sempre o próximo ataque gostoso do vírus cronista.
Dizem que existe remédio para curá-lo, mas, se por um lado livra-se a alma desta compulsão, por outro perde-se o maravilhoso dom de contar as coisas da vida e do mundo em forma de arte. Faca de dois gumes; prefiro a doença crônica, das gostosas e esperadas crônicas...
Obs: Este estudo é baseado em permanentes, amorosos e minuciosos contatos com o "virótico" Adilson Sobrinho.
Quando comecei a ler, percebi que meu amado escrevente havia sido contaminado, pouco a pouco, tão devagar que até eu, sua leitora diária, custei a perceber seu mal crônico, ou seria melhor dizer das crônicas?
Acho que não estou me fazendo clara, mas vou tentar resumir a contaminação de um homem e seu mal crônico.
Hoje eu li uma do Prata e ele dizia fazer crônicas até compilando textos alheios. Isso é o vírus cronista que se apodera de alguns poucos e, depois da virose instalada no organismo (será nos dedos???), nada que se escreva resultará de outra coisa que não sejam crônicas, poesias e afins.
Este vírus muito raro e que a medicina não se interessa em erradicar, vai tomando o individuo afetado e, a cada dia, percebemos maior sua atuação. Vou lhes contar a evolução dele, baseada no que percebi.
A principio escreve-se cartas, e-mails ou bilhetinhos diários; às vezes muitos em um mesmo dia.
A “coisa” vai evoluindo e, pouco tempo depois (hoje fica difícil precisar a medida desse tempo), começa-se a produzir crônicas. Semanais, quinzenais ou quando a alegria ou dor se instalam no paciente contaminado. Esta noite ouvi de um “virótico” que quando está sereno não escreve. Este vírus deve ser “acionado” a cada emoção mais forte. Que coisa, num é?
Pouco tempo depois a pessoa já não é mais dona de si. O vírus cronista já o possui completamente e qualquer caneta ou lápis avistado o impulsiona ao papel e dali as palavras vão se amontoando e formando textos que, ao final, tornam-se belas poesias, crônicas, contos e, quem sabe, num estágio mais avançado, em livro?
O paciente começa a se ver de “fardão” (ainda que sejam aqueles do Othon ou até dos pobres miquinhos dos realejos) e a partir daí a coisa perde o controle. Autodenomina-se ESCRITOR e lembra isso a cada 5 palavras pronunciadas.
Sua produção cresce a ritmo vertiginoso e tudo, TUDO, que passa no seu campo de visão é mote para um escrito. Grama verde, grama seca; amor, não-amor; geladeiras, músicas e até comunicados de advertência. Creio que em pouco tempo a contaminação se apossará de tal forma que panelas, vassouras, latas de lixo e afins serão personagens de seus escritos. Mas devo admitir, o “infectado” faz isso com muita arte.
Por enquanto, acho que fui a única a enxergá-lo (será?), mas pelo desenvolvimento deste bichinho, creio que em breve outros olhos também se deliciarão com o que escreve estes tantos contaminados e, como eu, por muitas vezes chorarão, em outras terão ataques de risos, mas esperarão sempre o próximo ataque gostoso do vírus cronista.
Dizem que existe remédio para curá-lo, mas, se por um lado livra-se a alma desta compulsão, por outro perde-se o maravilhoso dom de contar as coisas da vida e do mundo em forma de arte. Faca de dois gumes; prefiro a doença crônica, das gostosas e esperadas crônicas...
Obs: Este estudo é baseado em permanentes, amorosos e minuciosos contatos com o "virótico" Adilson Sobrinho.
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