Quem, como eu, tem mais de 30 anos, quando criança ganhava bonecas e com elas já começava a aprender a arte de cuidar da casa e filhos. Assim era a infância; um ensaio para se tornar uma boa dona de casa, esposa certinha e mãe exemplar.
Eu cresci assim, inventando roupinhas para minhas “filhas” ao pé da máquina de costura de minha mãe e ouvindo-a cantar com aquela voz doce e afinadinha que as mães tem quando somos pequenos. “De quem eu gosto, nem às paredes confesso...”
Não me atrevia, como minha irmã, a subir nas tantas mangueiras e goiabeiras do quintal. Não me aventurava de bicicleta pelos morros. Era uma covarde assumida e, como tal tornei-me, desde muito cedo, a ajudante oficial para os serviços domésticos, principalmente na cozinha. Posso dizer que quando me casei dominava com perfeição a arte de cuidar de uma casa.
Com poucas exceções, o que eu costumava ouvir das mães da época era que deveríamos aprender tudo que dizia respeito ao oficio de esposa e foi isso que, tantas de nós em nossos sonhos de princesa fizemos.
Hoje, passados tantos anos e depois de perceber que aquele aprendizado de nada vale para manter um casamento, vejo que esqueceram do nos ensinar o essencial.
Aprendemos a tirar a sujeira da casa e do chão, mas nunca as que estão dentro de nós...
Aprendemos a fazer pratos deliciosos, que encham a boca d’água, mas permanecemos secas pelas tantas coisas que não ousamos dizer...
Acarinhamos filhos e marido, facilitamos-lhe as vidas, ainda que a nossa se sobrecarregue. Acreditamos que nisso se consiste nossa felicidade, até que um dia estoura tudo.
A alma, empoeirada e opaca de anos e anos de mágoas não ditas, de verdades não confessadas e dores sufocadas, dá seu grito e aí não sobra pedra sobre pedra. Voam convicções, certezas e aquela impressão de tranqüilidade e paz que só existia em superfície.
Há aqueles que vivem uma existência inteira desta forma; alguns nem chegam a vivenciá-la, enquanto outros acordam em meio à vida e se descobrem renascentes.
O certo é que, com raras exceções, nós, mulheres, aprendemos desde cedo a lavar todas as sujeiras e deixar limpas as vidas que nos cercam, mas nunca nos ensinam a lavar as sujeiras e dores de nossas almas, que é o mais essencial.
Eu cresci assim, inventando roupinhas para minhas “filhas” ao pé da máquina de costura de minha mãe e ouvindo-a cantar com aquela voz doce e afinadinha que as mães tem quando somos pequenos. “De quem eu gosto, nem às paredes confesso...”
Não me atrevia, como minha irmã, a subir nas tantas mangueiras e goiabeiras do quintal. Não me aventurava de bicicleta pelos morros. Era uma covarde assumida e, como tal tornei-me, desde muito cedo, a ajudante oficial para os serviços domésticos, principalmente na cozinha. Posso dizer que quando me casei dominava com perfeição a arte de cuidar de uma casa.
Com poucas exceções, o que eu costumava ouvir das mães da época era que deveríamos aprender tudo que dizia respeito ao oficio de esposa e foi isso que, tantas de nós em nossos sonhos de princesa fizemos.
Hoje, passados tantos anos e depois de perceber que aquele aprendizado de nada vale para manter um casamento, vejo que esqueceram do nos ensinar o essencial.
Aprendemos a tirar a sujeira da casa e do chão, mas nunca as que estão dentro de nós...
Aprendemos a fazer pratos deliciosos, que encham a boca d’água, mas permanecemos secas pelas tantas coisas que não ousamos dizer...
Acarinhamos filhos e marido, facilitamos-lhe as vidas, ainda que a nossa se sobrecarregue. Acreditamos que nisso se consiste nossa felicidade, até que um dia estoura tudo.
A alma, empoeirada e opaca de anos e anos de mágoas não ditas, de verdades não confessadas e dores sufocadas, dá seu grito e aí não sobra pedra sobre pedra. Voam convicções, certezas e aquela impressão de tranqüilidade e paz que só existia em superfície.
Há aqueles que vivem uma existência inteira desta forma; alguns nem chegam a vivenciá-la, enquanto outros acordam em meio à vida e se descobrem renascentes.
O certo é que, com raras exceções, nós, mulheres, aprendemos desde cedo a lavar todas as sujeiras e deixar limpas as vidas que nos cercam, mas nunca nos ensinam a lavar as sujeiras e dores de nossas almas, que é o mais essencial.
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