E eis que de repente acontece o que parecia improvável; o amor chegou.
Moleque sem nenhuma noção de comportamento social, entra sem pedir licença, se acomoda confortavelmente na sala principal, com seus olhos límpidos de quem sabe que veio pra tomar seu lugar de direito.
A casa não estava preparada para receber nenhum hóspede; parecia mesmo trancada e inviolável com seus vários cartazes avisando que a área era particular, que não era permitida a presença de estranhos. Mas este menino parece não saber ler, ou se o sabe, faz questão de ignorar aquilo que não lhe interessa.
Bem, o certo é que ele entrou. Chegou, deitou seu corpo cansado no melhor recanto, descalçou os sapatos sujos da poeira das experiências passadas e saciou sua fome e sede neste recanto ha tanto tempo vazio da presença de estranhos.
E, como um mascate, me ofereceu o que tinha. Quis me vender sonhos, hesitei; me mostrou contas coloridas de ilusões, estas eu já as tinha. Do fundo de sua sacola cheia de marcas dos tempos, retirou a loção da eternidade; me interessei pessoalmente por esta, mas num átimo de desfaçatez não quis mostrar tanta empolgação, afinal viver não tem de ser pra sempre.
Eis que com uma naturalidade que já lhe parecia possível ante tão frondosa invasão, me ofereceu "amor" , meu coração pulsou e eu não soube me conter, enrubesci, não consegui disfarçar a minha ignorância sobre tal.
Ele quase que um maltrapilho me sussurrou, não que estivesse realmente sussurrando, mas sua voz me soava assim. Contou-me que o amor, ele trás sempre na parte mais escondida de sua bagagem, pois sabe que sempre se oferece primeiro os prazeres e que o amor, apesar de ser o maior destes prazeres, pede calma, vontade, lucidez e entrega e não se entrega à ilusões sem que se permita a realidade. Não se sonha sem antes o experimento e a eternidade. É possível sim, viver não é pra sempre, amar o é, atravessa todas as dimensões e nestes labirintos de emoções, supera-se e nos remete sempre ao sempre.
Adilson e Lucia
Moleque sem nenhuma noção de comportamento social, entra sem pedir licença, se acomoda confortavelmente na sala principal, com seus olhos límpidos de quem sabe que veio pra tomar seu lugar de direito.
A casa não estava preparada para receber nenhum hóspede; parecia mesmo trancada e inviolável com seus vários cartazes avisando que a área era particular, que não era permitida a presença de estranhos. Mas este menino parece não saber ler, ou se o sabe, faz questão de ignorar aquilo que não lhe interessa.
Bem, o certo é que ele entrou. Chegou, deitou seu corpo cansado no melhor recanto, descalçou os sapatos sujos da poeira das experiências passadas e saciou sua fome e sede neste recanto ha tanto tempo vazio da presença de estranhos.
E, como um mascate, me ofereceu o que tinha. Quis me vender sonhos, hesitei; me mostrou contas coloridas de ilusões, estas eu já as tinha. Do fundo de sua sacola cheia de marcas dos tempos, retirou a loção da eternidade; me interessei pessoalmente por esta, mas num átimo de desfaçatez não quis mostrar tanta empolgação, afinal viver não tem de ser pra sempre.
Eis que com uma naturalidade que já lhe parecia possível ante tão frondosa invasão, me ofereceu "amor" , meu coração pulsou e eu não soube me conter, enrubesci, não consegui disfarçar a minha ignorância sobre tal.
Ele quase que um maltrapilho me sussurrou, não que estivesse realmente sussurrando, mas sua voz me soava assim. Contou-me que o amor, ele trás sempre na parte mais escondida de sua bagagem, pois sabe que sempre se oferece primeiro os prazeres e que o amor, apesar de ser o maior destes prazeres, pede calma, vontade, lucidez e entrega e não se entrega à ilusões sem que se permita a realidade. Não se sonha sem antes o experimento e a eternidade. É possível sim, viver não é pra sempre, amar o é, atravessa todas as dimensões e nestes labirintos de emoções, supera-se e nos remete sempre ao sempre.
Adilson e Lucia
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