Era uma vez uma menininha triste que não acreditava mais em contos de fadas, almas gêmeas ou qualquer destas ilusões que são o combustível do espírito. Ela vivia num mundinho vazio, triste e eternamente chuvoso, daqueles mundinhos, ou países distantes, onde ninguém jamais foi ou ouviu falar.
Não havia aviões, ônibus ou estradas que pudessem levar alguém até lá, por isso a menininha vivia triste.
Quando ela encontrava uma estrada para sair daquele lugar solitário, logo percebia que era apenas uma miragem. Sua imaginação criava imagens e ela as seguia para logo depois perceber que havia sido ilusão.
Seu coração solitário sonhava tanto com alguém, que qualquer sombra que por ali passasse, ela já a via como aquele que a acompanharia e poria fim nos seus dias de não-viver.
Mas a pobrezinha sempre percebia que era apenas a sua imensa vontade de pertencer a alguém que a fazia enxergar beleza onde só havia vazio, enxergar amor onde havia apenas aridez.
Mas ainda assim, jamais desistiu, sabia que algum dia aquele seu mundo triste e chuvoso seria invadido por algo ou alguém que mudaria aquela paisagem. Neste dia, ela tinha certeza, sua vida de solidão estaria terminada.
Os anos se passaram... Por duas vezes a menina pensou ter finalmente encontrado alivio para a tempestade em que sua alma havia se transformado. Por duas vezes imaginou ter chegado ao mundo por tanto tempo sonhado.
Doce ilusão, ela terminava sempre descobrindo que lá fora a chuva continuava insistente, regular, sem sinais de que pudesse cessar.
Por algumas vezes ela chegou a pensar que seria mais fácil fingir que não havia chuva, que o céu era azul; seria tão fácil...
Bastava fechar os olhos, adormecer as emoções e permanecer num eterno estado de inércia. Não devia ser difícil.
Ela até tentou por algumas vezes, mas ali dentro daquela pessoa aparentemente tão dócil, vivia uma alma sonhadora, que queria alçar vôo até o horizonte, que sonhava em ver a luz, aquela luz que somente os olhos apaixonados refletem.
Ela sonhava com a luz de um raio de sol em sua eterna vida nublada e chuvosa.
Certo dia, andando à esmo pelos caminhos daquele triste mundinho, a menininha sentiu que um calor diferente a aquecia. Parou, tentou entender de onde vinha, mas não conseguiu definir que calor era aquele, só sabia que era bom, que a aquecia de forma única e especial.
A menininha passou então a procurar sempre por aquele calor, queria senti-lo cada vez mais.
Havia dias em que quase podia tocá-lo, em outros nem mesmo o sentia...
E ela começou a imaginar se mais uma vez não estaria sonhando. Será que novamente seu coração lhe pregava peças? Mas ela achava que não.
Um dia, quando já havia perdido a esperança de identificar aquela estranha sensação de carinho, de vontade de estar sempre perto daquele sentimento, a menininha acordou e sentiu que algo estava diferente, ela só não sabia o que.
Levantou-se, ligou sua janelinha mágica que mostrava a ela um mundo desconhecido e eis que ali, através daquela telinha de nada, ela descobriu que havia parado de chover.
A chuva havia cessado completamente no seu mundo. Correu feliz sentindo pela primeira vez a pele tocar o ar sem as roupas que a protegiam da água eterna das chuvas.
Sentiu-se criança, menina, mulher; sentiu-se viva... Olhou para o alto e parou encantada.
Naquele céu ainda escuro havia um lindo e radioso raio de sol. Apenas um; único e brilhante como jamais alguém possa ter visto. Um raio de sol que a menininha imaginou tivesse sido criado para ela, para fazê-la feliz. E desde então ela passou a viver iluminada pela claridade daquele pedacinho de eternidade que lhe sorria. E ela voltou a acreditar nos sonhos, nas doces esperanças de ter tornado seu mundinho bonito e feliz.
E a menininha foi feliz. Amou aquele raio de sol como nem imaginava pudesse ser capaz. Viveu dias de puro sonho.
Acordava e dormia imaginando a luminosidade daquele ser. E era feliz, pois sonhava com o futuro.
Não mais aquele futuro escuro e amedrontador, mas um futuro claro e luminoso. Sentia-se uma verdadeira princesa; Amada, acarinhada, enfim importante na vida de alguém.
E sonhou como nunca ninguém havia sonhado em nenhum outro mundo. Acreditou como ninguém jamais havia acreditado.
Mas como este não é um conto de fadas, a realidade dura e cruel do mundo real veio atrapalhar a vida daquela garotinha. Não foi preciso a intervenção de bruxas más, de seres monstruosos para que aquela alegria chegasse ao fim. Bastou a fria e dolorosa realidade.
Um dia, aquele raio de sol lhe surgiu e lhe disse que partiria, que voltaria ao seu mundo. Lhe explicou que tudo havia sido uma fantasia; que ele não gostava de fantasias. Disse que retornaria à sua luminosidade distante. Que seu coração sentia uma coisa, mas a cabeça pensava outras.
O raio de sol pediu que a menininha não mais lhe acenasse pela manhã ao acordar, ou à noite antes de dormir, que ela não mais lhe ocupasse espaços.
Apesar de sofrer, ela lhe obedeceu. Calou seu coração que pedia que fosse desobediente. Amava demais aquele raio de sol para tentar convencê-lo a ficar, até porque não se convence o amor. Pode-se sentir o amor, jamais convencê-lo.
A menininha voltou a se recolher em sua casa. Não mais poderia sair ao vento, sentir o calor dos sentimentos. Voltava a ser habitante solitária de um mundo escuro. No seu país esquecido voltou a chover. Chove aquela chuva que quanto mais cai, mais parece forte pra permanecer. Ali já não habita a esperança de estio.
A chuva será eterna, pois o único raio de sol que lhe tinha desafiado e aberto o céu da esperança
partiu, deixando apenas a lembrança de dias quentes e calorosos; dias de abrigo aconchegante,
de conforto por sentir-se pertencendo a alguém.
A chuva é forte. Jamais choveu tanto.
Depois que se conhece o calor de um doce Raio de Sol, não se quer mais retornar a dias chuvosos.
Não havia aviões, ônibus ou estradas que pudessem levar alguém até lá, por isso a menininha vivia triste.
Quando ela encontrava uma estrada para sair daquele lugar solitário, logo percebia que era apenas uma miragem. Sua imaginação criava imagens e ela as seguia para logo depois perceber que havia sido ilusão.
Seu coração solitário sonhava tanto com alguém, que qualquer sombra que por ali passasse, ela já a via como aquele que a acompanharia e poria fim nos seus dias de não-viver.
Mas a pobrezinha sempre percebia que era apenas a sua imensa vontade de pertencer a alguém que a fazia enxergar beleza onde só havia vazio, enxergar amor onde havia apenas aridez.
Mas ainda assim, jamais desistiu, sabia que algum dia aquele seu mundo triste e chuvoso seria invadido por algo ou alguém que mudaria aquela paisagem. Neste dia, ela tinha certeza, sua vida de solidão estaria terminada.
Os anos se passaram... Por duas vezes a menina pensou ter finalmente encontrado alivio para a tempestade em que sua alma havia se transformado. Por duas vezes imaginou ter chegado ao mundo por tanto tempo sonhado.
Doce ilusão, ela terminava sempre descobrindo que lá fora a chuva continuava insistente, regular, sem sinais de que pudesse cessar.
Por algumas vezes ela chegou a pensar que seria mais fácil fingir que não havia chuva, que o céu era azul; seria tão fácil...
Bastava fechar os olhos, adormecer as emoções e permanecer num eterno estado de inércia. Não devia ser difícil.
Ela até tentou por algumas vezes, mas ali dentro daquela pessoa aparentemente tão dócil, vivia uma alma sonhadora, que queria alçar vôo até o horizonte, que sonhava em ver a luz, aquela luz que somente os olhos apaixonados refletem.
Ela sonhava com a luz de um raio de sol em sua eterna vida nublada e chuvosa.
Certo dia, andando à esmo pelos caminhos daquele triste mundinho, a menininha sentiu que um calor diferente a aquecia. Parou, tentou entender de onde vinha, mas não conseguiu definir que calor era aquele, só sabia que era bom, que a aquecia de forma única e especial.
A menininha passou então a procurar sempre por aquele calor, queria senti-lo cada vez mais.
Havia dias em que quase podia tocá-lo, em outros nem mesmo o sentia...
E ela começou a imaginar se mais uma vez não estaria sonhando. Será que novamente seu coração lhe pregava peças? Mas ela achava que não.
Um dia, quando já havia perdido a esperança de identificar aquela estranha sensação de carinho, de vontade de estar sempre perto daquele sentimento, a menininha acordou e sentiu que algo estava diferente, ela só não sabia o que.
Levantou-se, ligou sua janelinha mágica que mostrava a ela um mundo desconhecido e eis que ali, através daquela telinha de nada, ela descobriu que havia parado de chover.
A chuva havia cessado completamente no seu mundo. Correu feliz sentindo pela primeira vez a pele tocar o ar sem as roupas que a protegiam da água eterna das chuvas.
Sentiu-se criança, menina, mulher; sentiu-se viva... Olhou para o alto e parou encantada.
Naquele céu ainda escuro havia um lindo e radioso raio de sol. Apenas um; único e brilhante como jamais alguém possa ter visto. Um raio de sol que a menininha imaginou tivesse sido criado para ela, para fazê-la feliz. E desde então ela passou a viver iluminada pela claridade daquele pedacinho de eternidade que lhe sorria. E ela voltou a acreditar nos sonhos, nas doces esperanças de ter tornado seu mundinho bonito e feliz.
E a menininha foi feliz. Amou aquele raio de sol como nem imaginava pudesse ser capaz. Viveu dias de puro sonho.
Acordava e dormia imaginando a luminosidade daquele ser. E era feliz, pois sonhava com o futuro.
Não mais aquele futuro escuro e amedrontador, mas um futuro claro e luminoso. Sentia-se uma verdadeira princesa; Amada, acarinhada, enfim importante na vida de alguém.
E sonhou como nunca ninguém havia sonhado em nenhum outro mundo. Acreditou como ninguém jamais havia acreditado.
Mas como este não é um conto de fadas, a realidade dura e cruel do mundo real veio atrapalhar a vida daquela garotinha. Não foi preciso a intervenção de bruxas más, de seres monstruosos para que aquela alegria chegasse ao fim. Bastou a fria e dolorosa realidade.
Um dia, aquele raio de sol lhe surgiu e lhe disse que partiria, que voltaria ao seu mundo. Lhe explicou que tudo havia sido uma fantasia; que ele não gostava de fantasias. Disse que retornaria à sua luminosidade distante. Que seu coração sentia uma coisa, mas a cabeça pensava outras.
O raio de sol pediu que a menininha não mais lhe acenasse pela manhã ao acordar, ou à noite antes de dormir, que ela não mais lhe ocupasse espaços.
Apesar de sofrer, ela lhe obedeceu. Calou seu coração que pedia que fosse desobediente. Amava demais aquele raio de sol para tentar convencê-lo a ficar, até porque não se convence o amor. Pode-se sentir o amor, jamais convencê-lo.
A menininha voltou a se recolher em sua casa. Não mais poderia sair ao vento, sentir o calor dos sentimentos. Voltava a ser habitante solitária de um mundo escuro. No seu país esquecido voltou a chover. Chove aquela chuva que quanto mais cai, mais parece forte pra permanecer. Ali já não habita a esperança de estio.
A chuva será eterna, pois o único raio de sol que lhe tinha desafiado e aberto o céu da esperança
partiu, deixando apenas a lembrança de dias quentes e calorosos; dias de abrigo aconchegante,
de conforto por sentir-se pertencendo a alguém.
A chuva é forte. Jamais choveu tanto.
Depois que se conhece o calor de um doce Raio de Sol, não se quer mais retornar a dias chuvosos.
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