quarta-feira, 8 de agosto de 2007

PROCURA

Não fui eu a te gerar
Não quis chegar tão antes
Quis o tempo de te amar
Tornei-me alma errante

Busquei-o na infância
Estavas longe demais
Perdido de mim na distância
Sequer me dava sinais

Procurei-o adolescente
Pensava que agora virias
Eu, tola e impaciente
Ele sem saber que eu existia

Adulta, forcei-me a desistir
Amei e creio ter sido amada
Mas não cheguei a sentir
Minha busca dissipada

Encontrei-o na meia idade
Quando findara minha procura
Da vida ainda tenho metade
Pra viver esta loucura

Não fui eu a te dar um filho
Não gerei sua sonhada menina
Minha chegada não lhe deu brilho
Mas encontrá-lo era minha sina

Hoje, tanto dores como risos
Me possuem em igual medida
Rasgam minha carne sem aviso
Mas preenchem o que tenho de vida...

Nenhum comentário: