domingo, 12 de agosto de 2007

LEILÃO

Abro as portas da minha alma...
Quero limpar as teias de saudade,
Varrer a poeira das lembranças,
Lavar as tristezas da maldade...

Hoje me despojo do que guardei,
Farei um grande leilão...
Das coisas que amei...
Do passado que guardei...

Os amores aos quais me entreguei,
Aqueles nos quais acreditei,
Repasso-os a quem acaso possuir
Coração leviano para os sentir...

As falsas amizades que aqui chegaram,
Estas nem sei se alguém vai querer...
Elas aqui nem saudade deixaram...
Mas valeram por me fazer crescer...

Decepções e tristezas vou esconder...
São lixo sem valor sentimental,
Ninguém haverá de querer...
Aquilo que lhe faça sofrer...

Os amigos sinceros que tenho,
Estes não sairão daqui...
São para eles que sempre venho,
Deixo-os guardados ali...

Da alegria não posso dispor,
É combustível da alma,
Sem ela sou rio sem calma,
Sem ela não atraio o amor...

A esperança também não vai...
Que eu faria sem ela?
Quando tudo à volta cai...
Quando a solidão atropela?

O amor que sinto vou leiloar...
E se alguém por ele se interessar,
De graça o poderá levar,
Basta que também queira me amar...

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