quarta-feira, 8 de agosto de 2007

SÃO PAULO, 6:15 H

Meu objeto de solidão é uma pessoa, mais especificamente um homem, tem idade e endereço certo, nome e sobrenome e até cartão de crédito (detalhe sem importância pra mim, mas prova de que ele existe, é honesto e tem crédito na praça).
Meu objeto de solidão mora muito longe de mim (eu o denomino dessa forma exatamente por isso) e o vejo em raras e especiais ocasiões do tipo feriados prolongados ou férias, mesmo que em distâncias coronárias (usando palavras dele) estejamos em constantes contatos.
Sua idade é detalhe menor aqui, afinal acredito que tem a idade certa pra mim, e a teria mesmo que fosse um ancião (será que exagerei?).
Os mais íntimos conhecem seu nome (e até o apelido com que lhe chamo) e aos nem tão chegados digo apenas que ele o possui, mas prefiro não dizer, afinal, isso é pessoal.
Meu objeto de solidão faz poesias e crônicas, dizendo pra mim e pro mundo do seu amor. Eu tento fazer o mesmo, mas sempre acho que os escritos dele ganham dos meus, mesmo que o amor aqui não seja menor (Coisa de talento mesmo, já me conformei).
Meu objeto de solidão é também meu objeto de paixão, de tesão, de saudade e de tantas outras coisas, que aqui seria difícil enumerar, mas que existem e preenchem minha vida desde que o conheci numa certa rodoviária da maior capital do Brasil.
Estive em São Paulo e não conheço São Paulo, culpa de quem? Dele, claro, mas isso é detalhe e nem precisaria ser falado aqui, afinal ele também nem sabe onde fica a Marginal Tietê e a culpa disso é minha.
Meu objeto de solidão é também meu objeto de amor, e antes que pensem em machismos e feminismos, juro que não abuso dele e não uso este termo com freqüência, fazendo-o agora pois assim o tema me exige, do contrário pensaria em algo mais politicamente correto, mas que, no fim, resumiria a mesma coisa, ou seja, diria do mesmo jeito do quanto gosto de sentir e saber que tenho um objeto de solidão, pois isso significa que tenho alguém que me faz perceber que o mundo é muito sem sal sem sua presença coladinha ao meu lado, segurando minha mão da mesma forma que segurou, há 3 anos, as rédeas do meu coração.

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