Não fui eu a te gerar
Não quis chegar tão antes
Quis o tempo de te amar
Tornei-me alma errante
Busquei-o na infância
Estavas longe demais
Perdido de mim na distância
Sequer me dava sinais
Procurei-o adolescente
Pensava que agora virias
Eu, tola e impaciente
Ele sem saber que eu existia
Adulta, forcei-me a desistir
Amei e creio ter sido amada
Mas não cheguei a sentir
Minha busca dissipada
Encontrei-o na meia idade
Quando findara minha procura
Da vida ainda tenho metade
Pra viver nesta loucura
Não fui eu a te dar um filho
Não gerei sua sonhada menina
Minha chegada não lhe deu brilho
Mas encontrá-lo era minha sina
Hoje, tanto dores como risos
Me possuem em igual medida
Rasgam minha carne sem aviso
Mas preenchem o que tenho de vida...
domingo, 12 de agosto de 2007
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