Desde que te conheci ando cometendo mais e mais pecados...
Me enxergo em seus olhos e me vejo bela, sedutora. Deixo que uma sensualidade que só você enxerga se aposse de mim. Soberba, creio-me a mais adorada e desejada; a que possui tudo daquele por quem é amada...
Quando me tocas sou animal que se guia por cheiros, toques e delírios. Mulher passional, dominada pela luxúria e prazer, viva e revivida por suas mãos, que conhecem de cor minha geografia; perco-me desvendando a sua.
Preguiçosa, permito que meu corpo se aquiete ao lado do seu quando, cansados por percorremos tantas trilhas, reais ou imaginárias, em busca do gozo que nos transporta a dimensões desconhecidas.
Guardo cada toque, palavra ou beijo. Segredos que confessamos sem medos ou pudores. Não os divido com ninguém; escondo-os feito doces que não quero repartir. São apenas nossos e, avarenta, oculto-os do resto do mundo.
Em nossas desmedidas e dolorosas partidas, quando a razão perde espaço à emoção, domina-me uma imensa ira ante a impotência da possibilidade de perceber-me sem ti.
Cada ausência é suplicio. Tenho fome inesgotável de tua presença aqui, cada vez mais perto. E, quando juntos, quanto mais me abasteço, maior a gula, maior a vontade de estar mais e mais... Fome constante e nunca saciada.
Tenho inveja, confesso que tenho, do lençol que te aninha todas as noites, da roupa que te cobre o corpo tão meu, do cãozinho que recebe seus carinhos diários, enfim, de tudo que te rodeia enquanto eu, te amando tanto, tenho que estar tão longe.
Me fizeste transgressora que quer continuar a cometer estes pecados pelo tempo que a existência permitir, pois me alimento deles e é através de cada um que torno-me mais e mais a mulher que nem imaginava ser.
Doces pecados, que eu viva muito para cometê-los...
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