Não nasci on line.
Busco na frieza de uma tela estática o calor que se nega a mim,
mesmo na proximidade de tantos corpos.
Não nasci on line.
Até ha pouco, nem sabia o que era uma máquina.
Nasci de vida real. Cresci nela. Envelheci ali também.
Hoje abriria mão das duas sem pesar.
Real.... Virtual....
Encontro de mundos...
Simbiose de sentires, que não existem se o ser humano que os guiar
não for possuído deles...
Não nasci on line, mas queria...
Ser virtual, que se apaga ao clique de um mouse...
Personalidade que se deleta ou transmuta a um pequeno comando...
Nasci de vida real.
Dessas vidas que não possuem brilho ou glamour.
Vida comum, cercada de cenas comuns e banais...
Não nasci on line.
Mantenho-me a mesma, sem grandes mudanças...
Ser real e contínuo...
Não consigo a metamorfose dos seres virtuais...
Sou Severina, Matilde ou Maria...
Todas as pobres mulheres que o mundo produziu e esqueceu de cuidar...
Abandonou-as à própria sorte... Fez delas órfãs de esperanças...
Não. Não nasci on line. Nasci na terra árida e dura da vida real...
É ela quem me guia, me encaminha e, algum dia,
me levará ao meu lugar de origem.
Lugar que me espera com aconchego e serenidade...
Lugar de paz...
Lugar comum...
sábado, 4 de agosto de 2007
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