sábado, 4 de agosto de 2007

VÍRUS

Que ser estranho é o ser humano...
Passa a vida buscando respostas,
Busca fora de si aquilo que guarda.
Não se aceita como é,
Mas não se propõe a mudanças...
Não admite as falhas alheias,
Mas acolhe as suas como relíquias...
Que ser estranho é o ser humano...
Exige mudanças dos outros...
Cobra-lhes atitudes que não tem...
Exige-lhes sentimentos que não possui...
Muito estranho é o ser humano...
Fere, magoa e destrói...
Espalha o caos à sua volta,
E brada porque foi atingido...
Enxerga ódio onde reina a paz,
Acusa fúria onde a mansidão reina...
Tudo porque não quer ver,
Tudo porque não aceita se olhar...
Porque olhar-se requer coragem,
Buscar-se demanda esforço,
De ver em si aquilo que incomoda...
De perceber-se imperfeito...
Triste figura é o ser humano...
Arremedo de perfeição...
Caricatura de sentimentos...
Forma mal traçada de caráter...
Prefiro agora a verdade dos vírus...
Mutantes... Polimorfos...
Mas honestos em sua trajetória...
Destruidores... Corrosivos...
Mas verdadeiros em sua história...

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