sábado, 4 de agosto de 2007

CAMINHOS PARA A LIBERDADE

Que caminhos tem o ser humano que percorrer antes de alcançar sua plena liberdade?
Ela existirá? Será apenas ilusão e utopia ou um ponto realmente alcançável em nossa existência?
Há dias em que a sinto tão distante de mim. Chego a pensar que terminarei meu percurso sem sentí-la. Em outros dias chego a sentir seu cheiro. Porque a liberdade tem cheiro; é feito o mar. Consigo perceber a aproximação do mar a quilômetros de distância, pois seu cheiro me entranha e envolve com tal força que creio não existir mais cheiros a não ser aquele.
Assim é a liberdade. Quando a sinto mais próxima, sinto também seus aromas, suas nuances e é quase como se ela já estivesse aqui. Sinto-me então quase liberta.
Eu a anseio e desejo tão fortemente, tão desesperadamente que a alcanço em pensamentos e em sonhos.
Meu coração a espera como a mãe que aguarda o nascimento do filho a tanto desejado.
Preparo-me para ela como a noiva se enfeita para receber o homem amado.
A anseio como o pai que espera a volta do filho perdido na batalha.
Nestes anseios e esperas sinto-a demorada; me falta a paciência necessária para recebe-la com sabedoria quando finalmente se aconchegar a mim.
Sinto-me criança expectante, sem a maturidade dos adultos que sabem que nada é quando queremos, por mais que lutemos para isso.
Venha sonhada liberdade!
Preencha-me com suas alegrias, responsabilidades e até sofrimentos, mas faça-me senhora da minha vida.
Quero sentir a cada dia que minhas horas serão empregadas da forma que eu julgar melhor.
Quero a responsabilidade de ser minha dona, sem as garras cruéis da opressão daqueles que tentam me fazer sem vontades, desejos e direções.
Caminhando de mãos dadas, eu e a liberdade, nos faremos adultas e trilharemos caminhos rumo ao infinito que levam à obra final de todo o ser humano: o completo amadurecimento.
Só assim deixarei de ser esta tantas vezes odiada criança indefesa e vulnerável que habita em mim e crê ainda em duendes, fadas e bruxos.
Quero e anseio a liberdade porque preciso retomar o único bem, o único tesouro que me foi dado ao nascer e que foi tirado, arrancado de mim: o domínio de minha vida.
Depois disso é apenas esquecer a morte em vida... É renascer....

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