Senhor, que castigo me aplicaste?
Porque me faz assim agora?
Logo eu, eterna companheira da Emoção...
Porque me insuflas desta triste Razão?
Porque Senhor? Porque?
Vejo-me enxergando tão cruamente...
Pego-me analisando sentimentos...
Dissecando amores... Autopsiando dores...
E vejo-me passageira incrédula...
Como me dói enxergar tudo isso...
Como sofro pelo fim dos meus sonhos...
Ilusões a tanto tempo acarinhadas...
Crenças sempre tão bem aconchegadas...
Vida de esperanças contínuas...
Vida que só existia nos meus pensamentos...
Amor que só habitou no meu coração...
Mas eu ainda era mais feliz...
Feliz porque sonhava... Porque amava...
E hoje, Senhor? O que vejo à minha frente?
A realidade cruel de uma triste ilusão...
A incredulidade que atravessa minha visão...
Sim, porque já não creio mais...
Não espero... Não anseio... Não amo...
Tornei-me jazigo frio e inerte...
As chuvas me lavarão... O Sol me esquentará...
Mas nada me moverá... Nada mais me fará pulsar...
E permanecerei assim... Até que se compadeça de mim...
Até que devolva minha Emoção... Minha alma...
E eu possa novamente me entregar feliz...
E eu volte a crer... Volte a sonhar...
Volte a amar...
sábado, 4 de agosto de 2007
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