sábado, 4 de agosto de 2007

PESSOAS E MÁQUINAS

Que evolução é esta em que vivemos onde o homem substitui-se por máquinas?
Que estranha era de tecnologia estamos atravessando, onde até mesmo os sentimentos estão sendo gradativamente trocados pelos cabos de metal?
Também os corações se tornarão apenas máquinas de frio cobre, bombeando cabos e fibras ópticas que correm por veias de aço?????
Ai, não quero viver neste mundo, não quero amar desta forma.
Quero a troca de olhares, sentir o calor de outro corpo ao lado, sobre ou sob o meu.
Quero o contato de mãos e de corpos, despertar e ser despertada pelos sentidos. A máquina não pode substituir as carícias, os cheiros, gestos e apelos que somente a linguagem do corpo conhece.
Quero sentir o coração disparar, o friozinho na barriga, os olhares tímidos ou desejosos.
Quero amar pessoas de verdade e não quadradinhos de palavras. Quero ouvir carinhos e não lê-los. Quero beijos molhados, com sabor de saudade, desejo e pecado, que me olhem e digam até que me odeiam, mas que me falem olhando dentro dos meus olhos. Quero ver dentro dos olhos de quem me diz,
Quero mergulhar nas portas de sua alma e me perder nos seus olhares. Quero amar, sorrir e sofrer, mas tudo isso de verdade. Real, sem ilusões virtuais.
Talvez alguém leia tudo isto e me ache simplória e provinciana. Estará certo, sei que o sou, mas sei também que a máquina jamais substituirá meus afagos e carinhos.
Tenho certeza que estas frias peças de plástico, metal e placas não amarão alguém com a paixão que tenho em mim. Porque sou gente. Porque meus sentimentos jamais serão dominados por condutores ou seja lá o que controla estes objetos.
Quero de volta a realidade dos sentimentos. Cansei-me das virtualidades com suas fantasias e mentiras.
Sou real. Quero alguém igual a mim.

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